sábado, 27 de junho de 2009

Dum Ludis Floribus

Dum Ludis Floribus é o único poema de amor que faz uso de todas as três línguas contidas no manuscrito MS Harley 2253: francês, inglês e latim. O poema é do começo do século 14 e o poeta é desconhecido. É provável que este poema originou-se com a intenção de estudo (como a referência a Paris na última estrofe indica), porém seu contexto mostra grande influencia da tradição de amor cortês.
As primeiras quatros estrofes são escritas em latim e francês, mas as duas últimas estrofes são escritas no inglês médio. Não se sabe por certeza se a última estrofe faz realmente parte do poema ou se é um pós-escrito por um possível segundo escrivão.

Texto:

Dum ludis floribus velud lacinia
Le dieu d'amour moi tient en tiel angustia,
Merour me tient de duel e de miseria
Si ie ne la ay quam amo super omnia.

Eius amor tantum me facit feruere
Que ie ne soi quid possum inde facere;

Pur ly couent hoc seculum relinquere
Si ie ne pus l'amour de lie perquirere.

Ele est si bele e gente dame egregia
Cum ele fust imperatoris filia;
De beal semblant e pulcra continencia,
Ele est la flur in omni regis curia.

Quant ie la vey ie su in tali gloria
Come est la lune celi inter sidera;
Dieu la moi doint sua misericordia,
Beyser e fere que secuntur alia.


[Scripsi] hec carmina in tabulis;
Mon ostel est enmi la vile de Paris.
May Y sugge namore, so wel me is;
Yef Hi deghe for loue hire, duel hit ys.

Tradução:

Enquanto você brinca com coroas de flores
O Deus do Amor me prende em tanta agonia,

A dor de tristeza e miséria me prende,
Se eu não tiver aquela a quem amo acima de tudo.


Seu amor me faz queimar tanto
Que eu não sei mais o que fazer;
Eu serei forçado a deixar este mundo para atrás
Se eu não tiver o amor dela.

Ela é uma mulher tão bela, refinada e excelente,

Que é como se ela fosse a filha de um imperador,
Com um jeito charmoso e pureza admirável,
Ela é a flor na corte de todo o rei.


Quando eu a vejo fico em tanta gloria
Assim como a lua entre as estralas dos céus;
Que Deus em sua misericórdia conceda ela a mim,
Para beija-la e fazer tudo o que depois segue.

Eu escrevi estes versos em meu caderno;
Meu dormitório encontra-se no meio da cidade de Paris.
Eu não posso dizer mais nada, eu sinto tanta alegria;

Se eu morrer por ama-la tanto, será uma pena.

A pagina do manuscrito MS Harley 2253, f.76r:




O detalhe do poema:

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